Hello!

Hoje na Música do blog, uma das melhores vozes femininas do Rock & Roll e umas das poucas brancas a atingir o reconhecimento mundial no blues nos anos 60, dona de uma voz incomparável, rouca e forte com uma presença em palco cheia de sensualidade e emoção, tal como a sua personalidade marcante e poderosa...Mas por detrás desta faceta, estava apenas uma rapariga que queria amar e ser amada.

Nasceu a 19 de janeiro de 1943 em Port Arthur, Texas, numa família humilde e conservadora que não aceitava facilmente o caminho que ela havia escolhido. 

Janis cresceu a ouvir grandes influências de blues tais como Bessie Smith, Leadbelly e Big Mama Thornton e a paixão pela Música foi precoce chegando a cantar no coro local, no entanto acabou por ser expulsa deste. Ela desde nova que já se destacava dos demais, com a sua personalidade atrevida e forte.

Na adolescência foi desenvolvendo problemas com a sua imagem, queria ser como as mulheres na altura das revistas, curvilínea e magra, acabando por gerar conflitos em si mesma e muitos complexos que se acabariam por tornar alguns dos seus demónios pessoais. 

Concluiu o curso secundário na Jefferson High School, em Port Arthur em 1960, e foi para a Universidade do Texas, na cidade de Austin, onde começou a cantar blues e folk com os amigos.

Com as constantes humilhações, perseguições e assédios por parte dos colegas da escola, isto só contribuiu ainda mais para uma adolescência de rebeldia com atitudes  passando a vestir se como poetas da geração beat.

Uma das coisas que Janis mais ambicionava era ser aceite pelos outros, sentir o amor dos outros por ela e ter um papel importante na Indústria Musical para "provar" que era o suficiente. No entanto, isto tinha um custo o qual Janis não queria pagar, que era ser falsa consigo mesma.

Em 1966, Janis Joplin deixou a sua cidade natal que tanto detestava e foi para São Francisco, onde fez as suas primeiras apresentações com o grupo Big Brother & The Holding Company. Foi com esta banda que também gravou o seu álbum de estreia. Explodiu de vez diante de 50 mil pessoas no festival Monterey Pop, em 1967, o primeiro grande festival ao ar livre da história do rock.

No verão daquele ano, Janis escreveu à sua mãe: "Espero que ainda te lembres de mim. Desde Monterey, três grandes gravadoras querem nos. Por muito dinheiro. Com a banda Big Brother corre tudo bem. Talvez um dia eu até me torne uma estrela".

Durante um curto período de tempo, Janis abandonou as drogas, mas continuou a refugiar-se na bebida. 

Apesar do grande sucesso em 1968 com o então segundo LP, Cheap Thrills, a sua personalidade era ainda marcada por complexos que se refletia bastante nas relações amorosas que não passavam de casos breves. 

Na tentativa de fugir dos problemas pessoais, começou a consumir heroína.

Somente com um novo grupo, o Fult Tilt Boogie Band, pisou novamente em terra firme, o que a motivou a largar a heroína. Em compensação, passou a beber ainda mais. Levava a sua bebida preferida – Southern Comfort – até para os palcos.

Para se livrar do seu vício da heroína Janis foi ao Brasil em fevereiro de 1970, onde encontrou o amor da sua vida e o homem que viria a ser inspiração para a música "Cry Baby". 

David era um rapaz de classe média alta de Cincinnati, que tinha estudado comunicação em NotreDame e tinha-se juntado ao corpo de paz após a faculdade e trabalhou numa pequena aldeia na Turquia. Estava a estudar na faculdade de Direito, mas quando conheceu Janis deixou por um tempo.

Janis e David Nehaus conheceram-se na praia Ipanema e começaram uma relação desde então. Janis chegou mesmo a dizer que queria casar com ele.

Durante este tempo, Janis não consumia. Estava muito mais diferente, mais calma, mais bonita...

Porém, David ia para o Norte de África mas rapidamente desistiu da ideia. 

Ambos voltaram para Califórnia fazendo vida juntos durante meses...

Contudo, Janis estava demasiado viciada na heroína...e voltava a consumir quando David se ausentava. E isso foi a razão da separação deles. David disse " Eu não podia vê-la a matar-se lentamente e eu a assistir..."

Antes que a produção de Pearls estivesse concluída, Janis Joplin morreu, na madrugada de 3 para 4 de outubro de 1970 com apenas 27 anos de overdose de heroína, no Hotel Landmark, em Los Angeles, ainda com as marcas das agulhas nos seus braços...

Apesar de estar satisfeita com o seu trabalho naquele momento, teve uma recaída mortal. Pearl saiu com duas faixas a menos do que o previsto.

Na sua última carta aos pais, Janis havia escrito: "Conheci um homem realmente bom no Rio. Mas tive de voltar para o trabalho. E ele agora encontra-se em algum lugar do mundo. Na África, em Marrocos, acredito. Ele foi tão bom comigo, mãe. Ele quer voltar e  casar se comigo. Pai, muito obrigada pelos livros que me deste quando eu era criança. Isso significa muito para mim. Amo vos. Janis".

David escreveu um telegrama para Janis, a dizer " Eu sinto muito a tua falta. As coisas não são o mesmo sozinho. Verei-te em Kathamandu a qualquer momento, mas no final de outubro é a melhor época. Amo te Momma. Mais do que tudo." 

O telegrama foi descoberto na secretária de Janis na manhã após a sua morte...

O seu álbum Pearl foi lançado 3 meses após a sua morte, vendendo 4 milhões de discos.

As últimas gravações que Janis fez foram Mercedes Benz e Happy Trails, sendo a última feita como um presente de aniversário para John Lennon, que faria aniversário em 9 de outubro. Numa entrevista, Lennon contou que a fita chegou a casa após a morte de Janis.

Janis Joplin é a Rainha do Rock & Roll, apesar da sua morte infelizmente precoce, para sempre irá ser lembrada e relembrada e a sua forte voz incomparável irá ser ouvida nos ecos das futuras gerações.

XO,