Brian Wilson - Entre a genialidade e loucura

Hello!!! Na música do blog iremos falar de Brian Wilson, fundador dos Beach Boys, um artista extraordinário mas que se debatia com a sua...

Hello!!!

Na música do blog iremos falar de Brian Wilson, fundador dos Beach Boys, um artista extraordinário mas que se debatia com a sua obscura mente. Neste post irás acompanhar a sua história e também o seu exemplo de vida.


Génio deste o Começo

 Brian Wilson nasceu no dia 20 de junho de 1942 em Inglewood, Estados Unidos. A sua vida foi marcada pela violência psicológica e física do seu pai, como tal procurou refúgio na música, onde podia ser livre e ele próprio sem julgamentos ou represálias. 
Desde cedo, que se interessava pela música mais erudita como o jazz, tendo como grandes ídolos os The Four Freshmen. Toda a sua família tinha interesse especial na Música, o seu irmão mais novo Carl adorava a guitarra de Chuck Berry. Já, Dennis Wilson, irmão do meio, surfava nas praias californianas porém "arranhava" a bateria no início, enquanto que o seu primo Mike Love cantava no coral da igreja. Este seria o início de uma grande banda que iria ficar na História, os Beach Boys.

As primeiras composições de Brian inspiraram-se na descrição que Dennis lhe dava quando surfava, já que Brian nunca surfou, e isto só demonstra que Brian tinha uma capacidade de criar sensações através da música. As suas músicas falavam apenas de carros, corridas de carros e, de surfe e praia. Depois veio a fase das músicas de raparigas. "I Get Around", a primeira música dos Beach Boys a atingir o topo das paradas norte-americanas, foi, segundo o próprio Brian, o ponto de transição das composições despretensiosas e adolescentes para um trabalho mais rico harmonicamente, mais complexo e mais artístico, apesar do reconhecimento musical dos primeiros discos da banda.






















A maturidade harmônica e musical de Brian começou a ser notada nas músicas como "California Girls", "Help me Rhonda", além das canções dos álbuns "Today!" e "Summer Days (and Summer Nights)". Após ouvir o "Rubber Soul", dos Beatles, Brian ficou completamente inspirado e decidiu compor um álbum tão excelente como Rubber Soul. E desde sempre que Brian tentou superar os Beatles... isso fez com que ele ficasse paranoico com o sucesso.
Começou, então, um projeto audacioso, que contaria com a participação dos melhores músicos de Los Angeles e com a parceria de Tony Asher pondo letras em algumas das canções feitas por Brian, com as vozes angelicais dos lendários Beach Boys.

No dia 16 de maio de 1966, Pet Sounds foi lançado, atualmente considerado um dos melhores álbuns de rock de todos os tempos, porém ficando para trás de Sgt.Pepper´s Lonely Hearts Club Band dos Beatles, deixando Brian no estado completamente depressivo, abandonando os projetos do próximo álbum.
Pet Sounds é extraordinariamente inovador e um grande marco para a História da Música.


A Viagem 

Podia ter sido só mais uma viagem entre concertos, mas o voo entre Los Angeles e Houston na noite de 23 de Dezembro de 1964 haveria de ficar na história. A bordo viajavam os Beach Boys e na bagagem já traziam os sete discos lançados em dois anos e dúzias de singles nos tops das músicas mais ouvidas nos Estados Unidos. 

No entanto, na cabeça de Brian Wilson tanto viajava o génio criativo que sustentava a banda como os demónios que a haveriam de travar. A meio do voo, Wilson teve o seu primeiro ataque de pânico, descontrolou-se, gritou a anunciar a sua própria morte e nunca mais voltou. Haveria de abandonar os palcos, passar a recusar a maioria das viagens aéreas e de reduzir a sua colaboração com a banda ao ponto de a deixar à beira da falência. Antes disso, gravou uma obra prima, deixou outra no cofre durante quase quarenta anos e travou uma batalha pessoal de que, muitos dizem, nunca recuperou.






Decadência 

Apesar do esforço de recuperação pelo sucesso, Brian Wilson e os restantes membros não atingiram o pretendido, mesmo com Friends, lançado em 1968, ameaçou a sobrevivência da banda. Com Brian cada vez mas distante, os outros membros assumiam os créditos das canções enquanto que Brian mergulhava cada vez mais nos seus demónios interiores. 
Mais tarde, assumiu que tinha escrito «California Girls» (1965) sob o efeito de LSD e que Pet Sounds tinha sido composto com a preciosa ajuda de marijuana, mas à entrada dos anos 70 a espiral, movida a um cocktail de erva, cocaína e LSD, estava fora de controlo. 
Queimei o cérebro todo e não sobrou nada. Transformei-me num vegetal à conta das drogas e todos os dias pago um pouco por isso

Em 1973, depois do lançamento de Holland, a morte do pai acaba por abalá-lo fortemente. Tranca-se por dois anos em casa, mal saindo da cama, recusando tomar banho e com relatos assustadores por quem ainda o visitava. Durante esse período terá mesmo tentado o suicídio, primeiro ao tentar lançar-se de carro de um penhasco, depois pedindo para ser enterrando na cova que ele próprio cavara no quintal. 
Tinha medo que o diabo aparecesse na forma das pessoas que competiam comigo e via-o em todo o lado, até no chuveiro

Em 1979 haveria de chegar o primeiro divórcio, já com duas filhas Carnie e Wendie e em 1982 surgiria outro grande choque. Mesmo que já pouco participasse na vida da banda, ainda se via como Beach Boy e não esperava que, em novembro desse ano, a reunião para a qual o tinham convocado fosse de adeus. «Mostraram-me uma carta a despedir-me. Passei-me e comecei a partir coisas. Acusavam-me de consumir drogas há demasiado tempo e de me estar a matar», contou. No ano seguinte chegaria um novo choque - o irmão Dennis morria afogado ao largo da Califórnia, supostamente por ter bebido em demasia. Brian passou a consumir mais de cem dólares diários em cocaína e a pesar mais de 130 quilos, a família entregou-o ao terapeuta, Eugene Landy, que já em 1975 o havia ajudado a sair de casa e a largar a droga. No entanto, o psiquiatra apoderou-se da sua grande fortuna e da sua vida, isolando-o de amigos e familiares e até mesmo das filhas. 
Brian e Eugene 
Brian Wilson estava em casa, isolado do mundo, sob o efeito de medicação e, dizia a família, a ser persuadido a assinar contratos ruinosos. No final da década, Landy já reservara direito a metade dos contratos publicitários, a royalties de música - é produtor executivo do primeiro disco a solo de Wilson, em 88 - e até da autobiografia de Wilson que muitos suspeitam ter sido o médico a escrever. Até 1992, ano em que o psiquiatra foi proibido judicialmente de se aproximar de Brian, advogados, antigos companheiros de banda e mesmo as filhas não tinham qualquer contacto com o músico.

Hoje diagnosticado como esquizofrênico e com tendências maníaco-depressivas, Wilson nunca regressou a tempo inteiro aos Beach Boys. Durante os anos 90 gravou I Just Wasn't Made For These Times, em 2004 Smile haveria de valer o primeiro Grammy, seguindo-se um disco de canções de Natal e That Lucky Old Sun (2008). Em 2010 gravou o primeiro de dois discos para a Disney a Brian Wilson Reimagines Gershwin seguiu-se In The Key of Disney e já este ano lançou No Pier Pressure, mas sem chegar, sequer, perto do sucesso dos tempos em que compunha com os pés descalços na caixa de areia em que tinha instalado o piano na sua casa em Bel Air.

Membro do Rock Roll Hall of Fame desde 88 é considerado por Paul McCartney como um dos grandes génios norte-americanos, Brian Wilson ainda não parou, mas a magia há muito que desapareceu. No caso do mentor da banda que pôs o mundo a cantar sobre surfar nos Estados Unidos e sobre a beleza das californianas, mais do que como teria sido a sua vida sem droga, a pergunta é como teria acabado a rivalidade com os grandes nomes das décadas de 60 e 70 se os Beach Boys não têm perdido o seu maior génio criativo por mais de uma década. 


XO,





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