Mother! Resenha

Hello! Primeiro de tudo, espero que tenham tido um dia natalício rodeado por amor, partilha, paz, e conforto. E quero vos desejar um fel...

Hello!

Primeiro de tudo, espero que tenham tido um dia natalício rodeado por amor, partilha, paz, e conforto. E quero vos desejar um feliz ano novo!! Prontos para 2018?
 (Sei que tenho andado ausente no blog, tenho estado doente, tinha uma série de posts planeados!!)

Bem, então hoje trago-vos a resenha deste filme, Mother!, para quem já viu muitos devem ter ficado muito à toa, ou surpresos...Já que não se trata de um filme qualquer, aliás só pelo nome do seu realizador já nos diz muita coisa, que algo de muito estranho irá ser!

**Contém Spoilers**

Um filme de Darren Aronofsky é sempre muito interessante e muito confuso para outros. É um realizador não convencional que explora ao máximo a arte do cinema, transformando simples histórias em complexas, e é isso que faz a sua identidade por detrás da tela. Tem especial interesse por mostrar os personagens como imagens perturbadoras ou sofridas, como podemos verificar neste e noutros filmes do mesmo, como Requiem for a Dream e Black Swan. 
Pessoalmente, gosto bastante de realizadores que deixam claro a sua forma de pensar explícita no grande ecrã, transformando-a em algo mais, algo maior, levando o espetador a uma série de questões e desenvolvimento ao longo do filme. São filmes muito inteligentes tanto na sua direção como produção.


MÃE! conta a história de uma jovem restauradora (Jennifer Lawrence) que se casa com um poeta mais velho com bloqueio criativo (Javier Bardem) e juntos vão morar numa casa isolada onde começam a receber visitas de desconhecidos que testam a harmonia do casal. 
Simples, certo? Uma sinopse bastante normal, mas que é se vai desenvolvendo com o decorrer da trama, que tem muito que mais do que a simples história, na verdade há uma grande vertente filosófica por detrás do filme, o que quanto a mim, chega a ser confuso e super interessante ao mesmo tempo.


O casal recebe a inoportuna visita de um homem estranho (Ed Harris) que se diz fã do trabalho do poeta e passa a se hospedar na casa que está sob cuidados reparatórios da jovem restauradora. No dia seguinte surge outra visita, da esposa do homem estranho (Michelle Pfeiffer) que passa a questionar as decisão tomadas pela jovem na casa, como por exemplo a opção de não terem filhos. 
A partir dai, Darren Aronofsky mergulha o público numa série de eventos bizarros e perturbadores que vão desafiar a paciência, não só de quem está assistindo ao filme mas principalmente da personagem da jovem restauradora.
















Seguimos a trama através de Jennifer Lawrence, que basicamente carrega todo o grande papel desta história, já que acompanhamos as suas expressões faciais, o seu medo, o seu amor, o seu desespero, transferindo toda a sua angustia para o público. 
A escolha da atriz se faz acertada uma vez que ela consegue com expressões faciais, tom de voz e postura corporal transmitir uma certa inocência mesclada com pureza e desconforto, mas quando a sua personagem começa a exegir comportamentos explosivos e assustadores, a atriz superou mais que o esperado.
Já Javier Bardem, o poeta, é mais sucinto na sua atuação de um homem frio, passivo e misterioso. Como não seguimos muito a sua personagem, é meio apagada e distante, mas de próposito, pois a sua personagem não é tão apagado e sem importância. Na realidade, Jennifer Lawrance ofusca Javier para que não entendamos a história, mas percebendo a personaagem de Javier, percebem o filme.


Já Michelle Pfeiffer está incrível como uma mulher misteriosa, provocadora e desconsertante. A sua presença na casa é incomoda e a sua interação com Ed Harris é hilária, bizarra e assustadora ao mesmo tempo.














Darren sempre joga muito com a temática religiosa. Fez isso em PI (1998), em A FONTE DA VIDA (2000), em NOÉ (2015) e repete em MÃE! (2017). 
A forma alegórica com que Darren dispõe os seus personagens deixa bem claro que o filme é um resumo de Gênesis à Apocalipse. Comecemos pelo personagem de Javier Bardem. Ele é ELE! Sim, ELE em caixa alta, como mostra os próprios créditos do filme. Esse ELE representa DEUS, ou o Criador, como Darren o chama em NOÉ. ELE é o criador da casa, que como é dito no próprio filme, representa o Paraíso, também conhecido como Jardim do Éden (Gênesis 2:15). Ali, ELE designa a personagem de Jennifer Lawrence para fazer daquela casa um verdadeiro Paraíso. Essa personagem é a MOTHER (novamente os créditos entregam). Essa MÃE provavelmente seja a Mãe-Natureza, responsável pela restauração da Terra (Gênesis 1:20-25). A partir daqui fica fácil entendermos o restante do filme e suas representações.

Deus (Javier Bordem) convida um casal para se hospedarem na casa. Primeiro o HOMEM (Ed Harris) e depois a MULHER (Michelle Pfiffer), que obviamente representam Adão e Eva (Gênesis 2:22). Ambos ficam encantados pelo criador e a sua criação, mas logo desobedecem a ordem de não entrar no quarto onde encontra-se um cristal valioso, numa clara referência ao fruto proibido (Gênesis 2:17). O Homem acaba por entrar na sala e parte o cristal e logo são expulsos da casa pela MÃE. Depois aparecem na casa que começa a apresentar vários defeitos, os dois filhos do casal, Caim e Abel. Assim como na história bíblica, Caim se envolve numa briga com Abel e acaba matando-o com um golpe fatal (Gênesis 4: 2-5).

Entretanto, Deus resolve reatar os seus laços com a MÃE o que gera um filho, representando JESUS (Mateus 1: 18-25). Com o nascimento do seu filho, e volta a ter inspiração para escrever, e assim publica o seu novo poema, uma clara referência ao NOVO TESTAMENTO. Esse novo texto atrai centenas de pessoas que vão até a casa para terem contato com o seu ídolo, demonstrando o fanatismo religioso. Mas essas pessoas começam a agir de forma invasiva e começam a destruir a casa mesmo com a MÃE implorando que parem de fazer isso. Uma clara crítica a intervenção humana na natureza e a consequente destruição dela.

Após o nascimento do filho, Deus apresenta-o a humanidade que no fervor da idolatria e da confusão que isso lhes causara, acabam matando o bebé numa das cenas mais perturbadores do filme (Lucas 23: 1-46). Ele pede que a MÃE tenha compaixão pelo povo, pela Humanidade egoísta e cruel. Porém a MÃE não se conforma e se volta contra todos, inclusive com Deus, incendiando a casa e destruindo à todos, inclusive a si própria (Apocalipse 11:16-18).

Deus acaba por explicar quem ele realmente é e qual era o seu plano. Então a MÃE entrega o seu coração no momento da sua morte que é utilizado para restaurar a Terra (casa) e começar a história novamente (Apocalipse 21:5).


Fácil de digestão certo?


Até para a próxima!

XO,






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4 Comments

  1. Quero muito ver este filme, estou super ansiosa!!

    Novo post: http://abpmartinsdreamwithme.blogspot.pt/2017/12/dreamxmas2017-what-i-got-for-christmas.html

    Beijinhos ♥

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    1. Hello!

      Vale muito a pena Beatriz!!

      Obrigada pela tua visita! Bom Ano!~

      Andie.

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  2. Tenho alguma curiosidade mas li críticas muito contraditórias, fiquei sem saber se valia a pena.

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    1. Hello Marta!

      Sem dúvida que vale a pena, mas é um filme muito pecuiliar e portanto e não agrada a maioria, porque é realmente confuso e tem uma grande vertente filosófica por trás.

      XO,
      Andie.

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