Jason Becker: O Guitarrista Erudito

Talvez para muitos de vós, os melhores guitarristas sejam Steve Vai, Edie Van Halen, Yngwie Malmsteen ou Joe Satriani. Então é porque aind...

Talvez para muitos de vós, os melhores guitarristas sejam Steve Vai, Edie Van Halen, Yngwie Malmsteen ou Joe Satriani. Então é porque ainda não conheceram Jason Becker, um dos melhores guitarristas ( para não dizer o melhor) com apenas 16 anos que para além da sua técnica extraordinária, conseguiu juntar a música clássica com metal, e estes dois géneros colidiram de uma forma perfeita e única, que era de fazer Beethoveen tirar o chapéu.

Não é somente a história de um excelente músico, mas também uma história de superação da Vida que ensinam que a única coisa que devemos de desistir é de ser fracos.


Nascimento de uma Lenda


Em julho de 1969 nasceu Jason, em Richmond na Califórnia. O seu pai Gary, era músico e pintor, como tal começou a ensinar ao seu filho os primeiros passos da Música, oferecendo lhe a sua primeira guitarra clássica. Desde cedo que Jason era um prodígio, extremamente inteligente e criativo.
Jason em criança














O seu desenvolvimento deveu-se a algumas lições do seu pai (clássico e folk), o seu tio Ron Becker, (blues) e Dave Creamer (jazz). Aos 13 anos tocava nota por nota os discos de Eric Clapton, mas foi se desafiando e começou a tocar músicas de Eddie Van Halen e Yngwie Malmsteen. 
Quando tinha 14 anos montou um estúdio e começou a compor e gravar.

Influenciado por guitarristas como Eric Clapton, Jeff Beck, Uli Jon Roth e principalmente Eddie Van Halen, Jason passou a misturar os estudos de música clássica com o rock.



Estrada de Ouro

Aos 16 anos gravou uma demo e enviou para a revista Guitar Player que foi apresentada a Marty Friedman que logo reparou que o adoloscente já era um grande promissor guitarrista, e resultou numa forte amizade e numa colaboração artística, a banda Cacophony.
Lançaram dois discos: Speed Metal Simphony (1987) e Go Off! (1988). 
O estilo musical, como o nome do primeiro disco da banda sugere, era Speed Metal com elementos clássicos, ou seja guitarras tocadas em alta velocidade e exuberantes demonstrações de técnica.

No mesmo período do lançamento de Go Off e com apenas 18 anos, Jason também lançou o seu primeiro álbum solo intitulado Perpetual Burn, firmando de vez o seu nome entre os maiores guitarristas da época.
















Inicio dos Problemas e o Auge


Em 1990, Jason foi convidado para entrar para a banda de David Lee Roth, que na época conduzia uma carreira solo fora do Van Halen. Foi o seu primeiro trabalho numa grande gravadora, substituindo o virtuoso Steve Vai, responsável pelas guitarras do último trabalho de Roth, "Skyscraper". 

No entanto, durante as gravações do álbum de David Lee Roth, que viria a ser intitulado "A Little Ain't Enough", Jason passou a sentir fortes dores numa das suas pernas. Rapidamente foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa e incurável... 
E agora o sonho realizado era na verdade um pesadelo.

Mas tão surpreendente quanto a música que criou, foi também a determinação do nosso jovem guitarrista. Jason perdeu os seus movimentos, mas mandou embora junto com eles qualquer sentimento de pessimismo. Prometeu a si mesmo que ia lutar. E conseguiu. Superou inclusive o ceticismo dos médicos: sobreviveu. 
No premiadíssimo documentário “Jason Becker: Not Dead Yet” acompanhamos a sua história e também a sua rotina até os dias de hoje. Quando a doença atingiu no auge e Jason ficou sem voz – passando a usar o traqueóstomo para poder inclusive respirar – o pai, Gary, logo criou um sistema de comunicação muito original: através de uma tabela com letras especialmente distribuídas, Jason pode montar palavras apontando com os olhos na direção das vogais e consoantes. 
Logo em seguida, o pai também ajudou a desenvolver um dispositivo eletrónico para que ele pudesse voltar a compor música. E os resultados foram fascinantes, pois a música jamais deixou de estar viva em sua consciência. Foi assim que ele pôde gravar mais alguns álbuns, fortalecendo o seu exemplo e legado artístico.




Eu nunca ficava totalmente satisfeito. Eu não me deixava levar por elogios e aplausos. Tudo era uma questão de me tornar um músico melhor. Não percebi isso na época, mas estava tentando que a música e eu fôssemos uma coisa só. Acho que houve momentos em que consegui me unir à música e eu sou muito grato por isso.




Jason Becker é uma lição de vida para todos – músicos ou não. Do cativeiro do seu corpo estático, ele encontrou a libertação para a sua alma. Transcendeu as limitações físicas da doença e superou a si mesmo mantendo a sua mente sempre ativa, continuando a compor e a lançar álbuns, porque a música está dentro de nós.



XO,


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2 Comments

  1. Jason Backer é um exemplo a seguir, admiro-o bastante, para além de ser um excelente guitarrista, ele introduziu elementos da musica clássica no metal, que para mim é a melhor fusão musical que alguém poderia ouvir, e melhor NUNCA DESISTIU DE VIVER.. Lutou mesmo com o seu corpo aprisionado, a nossa libertação não vem do nosso corpo mas sim da nossa consciência, podes até ter boas pernas para correr, mas se não tiveres uma boa consciência serás sempre uma prisioneira de ti mesma... EXELENTE POST AMOR... CONTINUA

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    1. Sem dúvida, é uma pessoa que superou a maior dificuldade que podes ter na Vida, que é ficares completamente estático sem sequer poder fazer o teu quotodiano. É uma pessoa e músico que admiro bastante, e sem a tua preciosa ajuda não conseguiria tê-lo feito.
      Muito obrigada

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