Numa Geração de Prozac (Resenha)

"É assim que a Depressão atinge... Acordas um dia com medo de Viver..." O filme de Erik Skjoldjaerg de 2001 é baseado no ...

"É assim que a Depressão atinge... Acordas um dia com medo de Viver..."


O filme de Erik Skjoldjaerg de 2001 é baseado no livro da autora Elizabeth Wuetzel, uma jornalista que relata como é viver com a depressão, abuso de álcool e de drogas e os seus pólos extremos de humor.

Esta longa-metragem protagonizada por Christina Ricci aborda de forma subjetiva e aprofundada o que é ter que (sobre)viver com um transtorno psicológico e ainda ter que usar uma máscara perante a sociedade.

Acompanhamos a história de Liz que está a entrar numa nova e assustadora fase da sua vida: a entrada em Harvard para seguir o seu sonho de ser escritora, no curso de Jornalismo. No entanto, vemos que Liz de verdade não quer ir, faz o mais por causa da sua mãe exigente, a relação entre ambas é bastante tensa, e se por um lado Liz adora a mãe por outro lado a odeia.
Nunca tivera um pai presente na sua vida sendo que a sua mãe sempre teve que assumir os dois pápeis, ao longo dos anos Liz testemunhou as várias discussões dos pais e sempre se culpou. Apesar do pai estar sempre ausente Liz sempre idealizou o seu pai e nunca ultrapassou o Complexo de Édipo como a própria o chega a admitir. A sua situação familiar fragilizada contribuiu para a sua elevada instabilidade emocional.

Os dias e noites na Universidade são marcados pela instabilidade emocional, comportamentos abusivos de substâncias, insónias de escrever sem parar, comportamentos suícidas.
Tudo isto faz com que cada vez mais seja díficil para Elizabeth colocar a "máscara de normalidade".

Toda esta decadência em espiral leva à sua colega de quarto, Ruby, a afastar-se bem como os seus dois namorados.
Na verdade na época (e ainda em pleno século XXI), as pessoas mal sabiam o que era uma doença do furo psicológico e por isso é muito mais fácil rotular os outros como "más", "malucas" ou até mesmo de "manhas".

Entretanto, Liz é levada a uma psiquiatria e é quando lhe prescrevem a droga do momento, PROZAC (fluoxetina, um antidepressivo inibidor da recaptação da serotonina).

Uma das questões mais debatidas neste filme é se realmente a vida humana fica tão condicionada com os medicamentos ao ponto de deixar de ser natural, passando assim a ser controlada por substâncias. Portanto, o comportamento humano é fortemente controlada, pórem por pouco tempo.

O que nos tornamos depois deste medicamento?Temos que ser aquilo que a sociedade quer?


Bem na verdade, é muito mais fácil para a sociedade (e é bem mais conveniente) vender e administrar medicamentos do que se estabelecer terapias intensivas e mais baratos. 
Isto porque realmente estamos numa Geração de Prozac, só nos Estados Unidos mais de 300 milhões de receitas são feitas por ano para Prozac e outros antidepressivos. 
Vivemos numa sociedade de indústria farmacêutica, e está tudo dito...


Este filme demonstra uma geração dependente deste medicamento, mas que continua numa crescente degradação. Porque o medicamento é somente uma ajuda, o principal é terapias com psicologia e psicanálise aplicada.


Sem dúvida que é um excelente filme para ter uma perceção crua de uma doença mental.


XO, 

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5 Comments

  1. Adorei a resenha, tanto que já vou ver o filme depois do jantar!! A sério que fiquei bastante interessada! Obrigada!

    Beijinhos, Brenda
    Momentos de Ataraxia

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    1. Hello!

      Ainda bem que adoraste, é sem dúvida um dos melhores filmes que aborda detalhadamente a depressão e sem rodeios!

      Muito obrigada pela tua visita aqui no blog!

      XO,
      Andie.

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  2. A Industria farmaceutica é uma Nuvem Negra que faz Chover dinheiro a potes, esse dinheiro nunca inunda e nunca afoga esses filhos da mãe, infelizmente quem se afoga são aqueles que gastam mundos e fundos com os medicamentos, quando existem outras terapias.. EXCELENTE TRABALHO

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    1. Onde há dinheiro, há poder...E desde que os de gravata estejam cheios, o resto que se lixe...Infelizmente é bem assim o funcionamento da nossa sociedade.

      Muito obrigada! Beijo.

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  3. Amei a sua resenha e já estou indo ver o filme!

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