Como não poderia deixar de ser, a história do rock começa com um grito: o grito do negro, que veio para a América como escravo e influenciou a sociedade norte-americana com a sua musicalidade.
Em meados dos anos 50, nos Estados Unidos, a chamada “geração silenciosa”, marcada pelo fim da Segunda Guerra Mundial, viu-se frente a um ritmo até então desconhecido, derivado da sonoridade de um povo marginalizado.

O primeiro grito negro cortou os céus americanos como uma espécie de sonar, talvez a única maneira de fazer o reconhecimento do ambiente novo e hostil que o cercava. À medida que o escravo afundava na cultura local - representada, no plano musical, pela tradição europeia – o grito ia se alterando, assumia novas formas. (MUGGIATI, 1973, p. 8)

Chuck Berry, O Pai do Rock

No entanto, é preciso enfatizar que, além do grito negro e das notas melancólicas do blues, a dança e, principalmente o som das guitarras eléctricas, foram factores essenciais para a caracterização do rock. Neste ponto é que se encontra uma variação do blues: o rhythm and blues.

O ‘rhythm and blues’ é a vertente negra do Rock.
Reprimidos pela sociedade ‘wasp (white, anglo-saxon and protestant)’, a mão-de-obra negra, desde os tempos da escravidão, refugiava-se  na música (os blues) e na dança para dar vazão, pelo corpo, ao protesto que as vias convencionais não permitiam. (CHACON, 1985, p. 24)

Robert Johnson um dos mais influentes músicos de Blues.

Caracterizado como uma versão mais agressiva do blues, o rhythm and blues se formou a partir da necessidade dos cantores em se fazer ouvir nos bares em que tocavam, já que os sons dos instrumentos elétricos exigiam um canto mais gritado (MUGGIATI, 1973). Ainda assim, para a consolidação da primeira forma do rock - o rock’n’roll - houve também a fusão com a música branca, a chamada country and western (música rural dos EUA). Chacon (1985) compara esse género ao blues, na medida em que representava o sofrimento dos pequenos camponeses, o lamento.

Os principais atingidos pela revolução sonora do rock’n’roll foram os jovens, inicialmente nos Estados Unidos e internacionalmente.
Nos primeiros anos da década de 1950, estes jovens encontravam-se num ambiente de disputas entre o capitalismo e o comunismo (a guerra da Coreia em 1950) e a uma valorização do consumismo, da modernização, fruto do progresso científico gerado no pós-guerra.

A música, então, foi a canalização de ideias contraditórias dos jovens contra a insatisfação do sistema cultural, educacional e político.
E o rock’n’roll era o ritmo que ditaria este comportamento, esta nova atitude...

O rock é muito mais do que um tipo de música:  tornou-se uma maneira de ser, uma óptica da realidade, uma forma de comportamento. O rock ´é´ e ´define-se´ pelo seu público. Que, por não ser uniforme, por variar individual e coletivamente, exige do rock a mesma polimorfia (...)Mais polimorfo ainda porque o seu mercado básico, o jovem, é dominado pelo sentimento da busca que dificulta o alcance ao porto da definição.

 CHACON

Até o final da sua carreira, Elvis Presley teve 107 canções de sucesso, um recorde – os Beatles ocupam o segundo lugar com 48 canções. Até hoje considerado por muitos o “Rei do Rock”, a importância de Elvis reside no fato de foi ele quem solidificou o rock como um estilo de música popular.
Para a juventude da sua época, foi o representante da rebeldia, sexualidade e vitalidade.

O som das bandas de heavy metal existe para ser consumido, preferencialmente, nas apresentações ao vivo. As bandas  preocupam-se em tocar muito alto, o que já contribuiu para especulações de que o metal faria mal aos ouvidos; no entanto, isso não foi comprovado.
O caso da surdez de Brian Wilson, dos Beach Boys, é um exemplo claro desta controvérsia, visto que o som da banda é relativamente calmo perto da sonoridade do metal. Vocais estridentes (ou guturais), preocupação com o visual da banda e performances ousadas nas apresentações ao vivo são outros aspectos do heavy metal.

Jimi Hendrix e o Cream foram os grandes inspiradores para este sub-género do rock. O heavy-rock foi um subproduto do acid rock, na medida que provocava ao ouvinte uma “intoxicação sonora”. Por sua vez, o Iron Butterfly foi um grupo que influenciou a denominação das bandas de heavy metal, devido à referência “metálica” no próprio nome.

Um importante crítico de rock, Lester Bangs (ex-editor da revista Cream) retirou o termo “heavy metal” de um romance de William Burroughs e o associou ao rock depois desta expressão ser incluída numa música do Steppenwolf. Esta música, Born to be Wild, remete ao som de um “trovão de metal pesado” e faz parte da trilha sonora do filme Easy Rider (Sem Destino), de 1969, que contribuiu para a disseminação do rock pesado.

Além desta versão, existe uma outra, em que o termo “heavy metal” surgiu quando uma grande fábrica explodiu no mesmo dia de uma apresentação do Led Zeppelin.

Bandas inglesas como Black Sabbath e Deep Purple afirmaram-se como importantes representantes do heavy metal no início dos anos setenta, não que sejam bandas de heavy metal mas sim de Hard Rock ( é um erro dizer que estas bandas são heavy metal)...
No entanto, estas ajudaram na evolução do Heavy Metal como o conhecemos hoje.

Os Black Sabbath trouxe as primeiras imagens de “morte, demónios e ocultismo” às canções de rock, além de lançar vocalistas importantes, como Ozzy Osborne e Ronnie James Dio.

O trovão setecentista do Led Zeppelin quebrou as fronteiras do rock da sua época o que influenciou nos grupos que vieram nas décadas seguintes como Aerosmith, Guns’n’Roses e Rage Against the Machine são alguns exemplos.

Espero que tenham gostado!

XO,