Transtorno do Espectro Autista

Boas Tardes, caros leitores. Hoje na Ciência do blog, sobre o Transtorno Autista que não é só um tema científico mas uma realidade nos n...

Boas Tardes, caros leitores.

Hoje na Ciência do blog, sobre o Transtorno Autista que não é só um tema científico mas uma realidade nos nossos dias e um assunto de extrema importância que precisa de ser falado, pois muitas pessoas e talvez até alguns de vós já ouviu esta palavra e usa-a em qualquer contexto mas não sabe o seu significado nem as questões associadas a este.
Não só falo deste Transtorno especificamente por isso, mas também porque quero dar aqui o meu relato de como é viver com uma pessoa que tem autismo, o meu irmão. 
Atenção: ele não é autista, pois isso não o define, é uma pessoa COM AUTISMO

Como tal, achei de extrema importância para mim e para os que lêem este blog dar a conhecer este transtorno.


Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, as Perturbações do Espetro do Autismo (PEA) “são um síndroma neuro-comportamental com origem em perturbações do sistema nervoso central que afeta o normal desenvolvimento da criança. Os sintomas ocorrem nos primeiros três anos de vida e incluem três grandes domínios de perturbação:social, comportamental e comunicacional"

O TEA (Transtorno do Espectro Autista) é uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento do cérebro, antes, durante ou logo após o nascimento. Esses distúrbios se caracterizam pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos. Embora todas as pessoas com TEA partilhem estas dificuldades, o seu estado irá afetá-las com intensidades diferentes. Assim, estas diferenças podem existir desde o nascimento e serem óbvias para todos; ou podem ser mais subtis e tornarem-se mais visíveis ao longo do desenvolvimento.


O autismo é uma condição permanente, a criança nasce com autismo e torna-se um adulto com autismo. Ponto. Não é uma doença, é um problema neurológico, como tal não desaparece. No entanto, a ajuda é muito boa para o futuro da criança pois o objetivo é torná-lo independente e apto para as tarefas básicas para que possa conseguir viver.

As pessoas com autismo podem ter alguma forma de sensibilidade sensorial. Isto pode ocorrer em um ou em mais dos cinco sentidos – visão, audição, olfato, tato e paladar – que podem ser mais ou menos intensificados. Por exemplo, uma pessoa com autismo pode achar determinados sons de fundo, que outras pessoas ignorariam, insuportavelmente barulhentos. Isto pode causar ansiedade ou mesmo dor física.

Nos casos mais extremos, o autismo pode ter associações com deficiência intelectual, dificuldades de coordenação motora e de atenção e, às vezes, as pessoas com autismo têm problemas de saúde física, tais como sono e distúrbios intestinais e podem apresentar outras condições como síndrome de deficit de atenção e hiperatividade, dislexia ou dispraxia. Na adolescência podem desenvolver ansiedade e depressão.

Algumas pessoas com TEA podem ter dificuldades de aprendizagem em diversos estágios da vida, desde estudar na escola, até aprender atividades da vida diária, como, por exemplo, tomar banho ou preparar a própria refeição. 
Algumas poderão levar uma vida relativamente “normal”, enquanto outras poderão precisar de apoio especializado ao longo de toda a vida.

Todavia, assim como qualquer ser humano, cada pessoa com autismo é única e todas podem aprender.

As pessoas com Transtornos do Espectro Autista podem se destacar em habilidades visuais, música, arte e matemática

  • A maioria das pessoas com autismo é boa em aprender visualmente;
  • Algumas pessoas com autismo são muito atentas aos detalhes e à exatidão;
  • Geralmente possuem capacidade de memória muito acima da média;
  • É provável que as informações, rotinas ou processos uma vez aprendidos, sejam retidos;
  • Algumas pessoas conseguem concentrar-se na sua área de interesse especifico durante muito tempo e podem optar por estudar ou trabalhar em áreas afins;
  • A paixão pela rotina pode ser fator favorável na execução de um trabalho;
  • Indivíduos com autismo são funcionários leais e de confiança;

É mais comum nos rapazes do que nas raparigas. Porquê? Os especialistas ainda não sabem afirmar, tal como as suas causas e diversas questões que estão envolvidas em torno do Transtorno Autista. 
A verdade é que há muitas questões, muitas teorias, mas muitas respostas por responder. E percebendo as causas, no futuro, conseguiremos arranjar mais soluções para estas pessoas, porque também são seres humanos, apenas diferentes e especiais.



Vivendo com uma Pessoa com Autismo

Bem na verdade, para vos ser sincera, eu esqueço-me completamente do transtorno/problema do meu irmão. Ele tem autismo ligeiro/moderado o que significa que ele tem muitas probabilidades de vir a ser um homem completamente independente, o que eu acredito a 200% que irá o ser. Ele tem agora 13 anos, está um homem, o meu homem.
Ele é super inteligente e tem uma sensibilidade extraordinária que nunca vi em nenhum ser humano.
O meu irmão faz a higiene pessoal dele, mantém contacto visual conosco, consegue se expressar (agora pois ele tinha dificuldades mais novo em o fazer), apesar das palavras serem um Universo incógnito para ele e de ser difícil para ele trabalhar com elas, nota-se que ele já tem consciência de que não se consegue exprimir e que é diferente. Isso pode ser frustrante para ele por vezes, eu noto no seu olhar.
Contudo, os filmes ajudaram-no muito com a comunicação e socialização, ele utiliza e aplica as falas dos personagens nos contextos corretos do quotodiano e, apesar de não ser muito bom pois está a repetir, acaba por ser positivo para o seu desenvolvimento uma vez que está a aprender a encaixar as palavras através da repetição. Não só os filmes, mas claro que o ambiente em que vive, de amor e conforto e compreensão, tudo isso contribuiu para o crescimento dele. A cada ano nota-se mais um passo, e por mais pequeno que seja, nele é como se fosse 1000 passos.
A ajuda na escola também é extraordinária, felizmente temos uma equipa escolar a trabalhar connosco para que a sua evolução e desenvolvimento seja cada vez maior e por isso estou grata a todas as auxiliares e professores que o tem acompanhado.
Compreende tudo o que lhe dizes e quando parece que não está a ouvir é quando está mais atento.
Por vezes, olha para o vazio e fica tão centrado no mundo dele, é como se ele estivesse num Universo paralelo e por vezes acredito mesmo nisso. 
Acredito que eles são tão sensíveis e que conseguem ver certas coisas que nós, apenas meros normais, não conseguimos ver. 

Eles são SERES HUMANOS, ELES SÃO ESPECIAIS, SÃO DIFERENTES. 
POR ISSO, RESPEITEM-NOS.


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2 Comments

  1. Ao contrário do que grande parte da sociedade pensa, acredito que eles tem mais para nos ensinar a nós do que nós a eles!

    Beijocas, Hellen ❤
    http://instantesimprovaveis.blogspot.pt/

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    1. Olá, Hellen!
      Sem dúvida, também partilho a mesma opinião.

      Beijinhos, Andie

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