Déjà Vu - O Mistério da Nossa Mente

De certo que todos vós já tiveram um déjà vu...Aquela senação super estranha que já fizemos isto, aquele comportamento específico ou aquel...

De certo que todos vós já tiveram um déjà vu...Aquela senação super estranha que já fizemos isto, aquele comportamento específico ou aquele objeto ou até mesmo pessoa.
E parece que tens um flashback de tudo, ou seja, parece que a tua mente vai buscar aquela memória que já tiveste, mas não te lembras ao exato desta...


E tu ficas WTF?? Se por um lado esta sensação é mágica, também é assustadora.
(Experiência própria estou sempre a ter Déjà Vus, em média tenho uns dois por semana ou mais)

Consegues prever cada “frame” da cena, como se estivesses dentro dentro de um filme que já vistes. Estás ciente de tudo o que vai acontecer. Presente e futuro se transformam numa coisa só.

Então... C’est fini. Acabou o déjà vu. A familiaridade com a cena vai para o ralo em segundos. Tudo fica tão frugal e imprevisível quanto antes. E tudo o que sobra é a lembrança de uma experiência quase mística. Mas que não tem nada de única: estudos nos EUA e na Europa indicam que até dois terços das pessoas tiveram déjà vu pelo menos uma vez na vida. Vidente?

Mesmo com essa omnipresença toda, este é ainda um tema difícil para Ciência, uma vez que há tantas pessoas a ter déjà vu de repente, até no meio da rua, e óbvio que um cientista não te vai levar, aliás raptar, para um laboratório, naquele exato momento e estudar-te ( Porém, a vontade deles até é mais forte...).

Mas existe um atalho para elucidar esse mistério: os campeões de déjà vu. 
Morton Leeds, um estudante americano dos anos 40, foi um deles. O rapaz tinha a extraordinária média de um déjà vu a cada 2,5 dias. E passou um ano registando as ocorrências num diário, com precisão científica. 

Por exemplo, às 12h25 de 31 de janeiro de 1942 ele escreveu: “Foi extremamente intenso. Um dos mais completos que já tive. Parei em frente a uma loja, e a coisa cresceu e cresceu. Enquanto isso, a sensação de que eu poderia prever a cena seguinte ficava maior. Foi tão forte que tive náuseas”.

Com essa base de dados, Morton concluiu que a maior parte dos déjà vus acontecia em momentos de stress. Já era alguma coisa. “Os resultados das nossas pesquisas atuais, com pacientes que respondem a questionários sobre os seus déja vus, mostram exatamente isso – embora não saibamos a razão. Eles também deixam claro que os mais jovens e viajados são os mais propensos a senti-los”, diz o psiquiatra Chris Moulin, da Universidade de Leeds, na Inglaterra.

Moulin é um dos poucos especialistas que se dedicam ao assunto. Para buscar respostas, trabalhou em clínicas psiquiátricas com pacientes que tinham déjà vus ainda mais frequentes que os de Morton Leeds. E o que ele encontrou foi aterrador...

Moulin conheceu pacientes que vivem num déjà vu eterno, num mundo surreal, onde tudo parece já ter acontecido.

Não é exagero. Um dos pacientes de Moulin, em 2000, achava que já sabia tudo o que aparecia nos jornais ou na TV. Outro parou de jogar ténis porque “sabia qual seria o resultado de cada jogo”. 
Mas não, eles não vêem o futuro. Tomografias no cérebro destes pacientes mostram que a massa cinzenta atrofiou no lobo temporal justamente a parte que forma as memórias. 
A tese é que essas mentes acessam as lembranças na mesma fração de segundo em que elas são gravadas. E isso causa uma ilusão perene: o presente fica parecendo uma memória. É como se vivesses o tempo todo no seu passado.

Moulin e outros pesquisadores, então, imaginam que a chave para os déjà vus normais esteja aí. Se nos casos crónicos a falta de timing do lobo temporal é permanente, nos mais moderados ela só acontece de vez em quando. Às vezes uma única vez na vida.

Chris Moulin


Mas essa não é a única explicação para o déjà vu. Outra corrente, por exemplo, defende que o fenómeno pode não estar ligado a um defeito na “cabeça da gravação” da memória. O segredo estaria nos locais mais escuros do cérebro, onde ficam as memórias do que não vistes (ainda)...

Para comprovar esta tese, dois pesquisadores americanos tentaram algo ambicioso: recriar déjà vus em laboratório. Ao experimento.

Em 2004, psicólogos da Universidade Metodista de Dallas e da Universidade Duke, nos EUA, colocaram os alunos para ver fotos dos dois campi. A tarefa era encontrar pequenas cruzes que eles sobrepuseram às imagens. Eles esperavam que os alunos se concentrassem na busca pelas cruzes, sem prestar atenção nas imagens. Uma semana depois, chamaram os alunos de volta e mostraram as mesmas imagens. Agora eles tinham de dizer quais daqueles lugares já tinham visitado. Bingo: alunos da Duke que nunca tinham ido à Metodista disseram já ter estado em cenários de lá, e vice-versa. Conclusão: enquanto procuravam as cruzes, eles guardavam as imagens dos lugares desconhecidos no inconsciente sem se dar conta. Os estudantes não tinham mais de um segundo para ver cada imagem, mas foi o suficiente para que elas desencadeassem “mínis déjà vus”. 
Maravilhoso o poder da nossa mente!

Por essa linha, ter um déjà vu significa acessar memórias nunca antes registadas pela consciência. Imagina assim: colocaram um extintor de incêndio perto da porta de entrada do teu prédio. Só que viste o objeto apenas com o canto dos olhos, sem realmente notar a existência dele. Aí, no dia em que olhares conscientemente para o extintor, podes ter uma forte impressão de já tê-lo visto antes. O ponto é que o teu inconsciente já viu mesmo. E vem o déjà vu... Ou seja quando olhas para os detalhes o teu inconsciente desperta!
Mas há muitas teorias, e a verdade é que os Déjà Vu são ainda um mistério para a Ciência. Isto são apenas teorias e está longe de ser comprovado...
Cenários fantasmas


É mais frequente em pessoas jovens e que viajam, como disse Moulin. 
Isto primeiro, porque os mais novos têm uma vida som menos rotina. Costumam variar de cenário, o que os deixa mais propensos a viver déjà vus. E o fato de viajar bastante só turbina a coisa. Os cientistam imaginam que o déjà vu pode ser como dor de estômago: ter várias causas – as que tu vistes aqui mais outras tantas ainda a descobrir.

Uma boa explicação para este mistério, para quem viu "Matrix", é a da Trinity.  
Numa das cenas, o herói Neo olha para um gato preto, sente que já o viu antes e diz:

"– Uau, Trinity. Tive um déjà vu.... "

E ela afirma acabando com o mistério...
"– Um déjà vu é uma falha da Matrix, Neo. Acontece quando estão a arranjar alguma coisa..."


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